>Meu filho é gay. Ou não. Eu não me importo.


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O menino americano Boo, de 5 anos, resolveu se fantasiar de Daphne, uma personagem da turma do Scooby-Doo, clássico dos desenhos animados.

O garoto é fã do desenho e pediu à mãe para se fantasiar como Daphne, e assim compareceu à festa de Halloween de sua pré-escola católica. A mãe do menino descobriu que os coleguinhas do filho não se incomodaram, e sim os pais deles. O evento aconteceu ano passado nos EUA.

A mãe de Boo escreve no blog Nerdy Apple Bottom, e contou mais sobre o caso (Traduzido):


Meu filho é gay. Ou não. Eu não me importo. Ele tem 5 anos. E eu sou a mãe dele. E se você tem algum problema com alguma coisa mencionada acima, eu não quero te conhecer.

Fico pensando se eu gostaria de postar algo mais profundo sobre meu menino e sua escolha de fantasia de Halloween. Ou mais especificamente, as reações a isso. Eu pensei uns dias atrás que, se eu ainda estivesse irritada, eu deveria ir em frente e postar.

Aqui uns fatos que me fizeram reclamar:

1- Meu filho tem 5 anos e vai para a pré-escola da igreja.
2- Ele ama Scooby Doo desde que desenvolveu a habilidade e atenção para permanecer sentado o suficiente para assistir.
3- Halloween é um feriado e seu foco principal é vestir fantasias.
4- A escola do meu filho fantasiou as crianças, fez um pequeno desfile e então fez elas tirarem as fantasias para o resto da festa.
5- A melhor amiga Boo é uma garota.
6- Boo tem uma irmã mais velha.
7- Boo passa a maior parte do tempo comigo.
8- Eu sou uma mulher.
9- Eu sou a mãe do Boo, não você.

Então algumas semanas antes do Halloween, Boo decidiu que ele queria se fantasiar de Daphne do Scooby Doo, junto com sua melhor amiga. Ele se fantasiou de Scooby alguns anos atrás. Eu estava contente de realizar o pedido, não porque é uma situação de “troca de sexo” ou “travestir” , mas por crianças de 5 anos terem uma tendênica de mudar de opinião. Após perguntar mais vezes, eu disse “claro” e fiz o pedido da fantasia. Ele ficou louco quando chegou. Era perfeito.

Então quando a gente chegou perto do feriado, ele olhou a fantansia e começou a ficar animado. Depois de conversarmos, ele confessou que tinha medo das pessoas rirem dele. Eu disse que algumas pessoas iriam rir, mas porque é uma fantasia bonita e engraçada.

Ele insistiu que as risadas seriam do tipo “tirando sarro“. Eu fiquei revoltada. Sério, quem iria tirar sarro de uma criança em uma fantasia?

E então o grande dia chegou. Nós nos arrumamos. Deixamos Squirt na sua escola e fomos para a dele. Boo não queria sair do carro. Ele estava com medo do que as pessoas iriam falar e fazer com ele. Eu o convenci a ir. Ele caminhou com vergonha para a porta. Estava visivelmente nervoso. Eu o animei dizendo que ele se preocupava demais. Sério, QUEM IRIA TIRAR SARRO DE UMA CRIANÇA NUMA FANTASIA DE HALLOWEEN? Então ele entrou. Havia vários amigos meus que sabiam o que ele estaria vestindo e sorriram e acenaram. Nós fomos até o corredor onde sua sala estava.

E foi aí que as coisas começarama a dar errado. Duas mães vieram de olhos arregalados e fizeram caras como se tivessem cheirado algo podre. E eu percebi que meu filho estava vendo a mesma coisa que eu. Então eu disse “Ele não está ótimo?” e a Mãe ‘A’ disse com nojo “Ele pediu para ser isso?“. Eu disse que ele pediu e que Halloween é o dia do ano em que você pode ser o que você quiser. Elas continuaram se metendo e perguntando como aquilo podia ser uma opção e por que, eu não tentei levar ele para longe disso. Mãe ‘B’ basicamente só ficou parada lá em choque e horror.

Então a Mãe ‘C’ se aproximou. Ela estava na sala principal, nós viu, entrou, nos seguiu no corredor para me por a par do que ela estava pensando. E elas diziam que eu nunca devia ter “permitido” isso e agradecer a Deus que não não foi no ano seguinte, quando ele estaria no Jardim de Infância já que eu teria que ter batido o pé e “proibido”. Eu calmamente respondi que eu não faria esse tipo de coisa e não consiguia imaginar do que ela estava falando. Ela continuou um século falando como as crianças poderiam ser malvadas e como ele poderia ser ridicularizado.

Minha resposta para isso: As únicas pessoas que pareciam ter um problema com a fantasia foram as mães.

Outra mãe comentou que no Ensino Médio em algumas escolas acontece o “Spirt Day” onde garotas se vestem de garotos e vice versa. Eu mencionei “Powderpuff Games” que jogadores de futebol americano se vestem como “cheerleaders” e vice versa. Ou todo “frat boy” na faculdade (Mãe ‘A’ disse que o marido dela foi um “frat boy” e NUNCA se vestiu de mulher.)

Mas aqui está o ponto da questão, não é da sua conta!

Se você acha que eu permiti que meu filho usasse uma fantasia de mulher no Halloween vai torná-lo gay, você é um idiota. Primeiro, isso é um conceito ridículo. Segundo, se meu filho é gay, OK. Eu não vou amá-lo menos. Terceiro, eu não estou preocupada que o seu filho vai crescer e virar um ninja de verdade, então cai fora.

Se minha filha tivesse se vestido de Batman, ninguém iria reclamar um pio. Ninguém.

É de partir o coração que meu filho de 5 anos, amoroso e gentil estava certo em se preocupar. Ele sabia que existem pessoas como A, B e C.

E ele, aos 5 anos, estava preocupado em como elas iriam receber ele e o que iria acontecer com ele.

Mas também é de partir o coração aqueles pais que perderam seus filhos devido ao bullying.

Mesmo que você empacote e enfeite e chame de “consenso”. Aquelas mulheres estavam praticando bullying comigo. E com meu filho. MEU filho.

É óbvio que eu não vou negligenciar nem abusar dos meus filhos. Eles não são perfeitos, mas eles estão aprendendo a navegar nesse mundo grande, e algumas vezes, cruel. Eu odeio que meu filho tenha que aprender essa lição ficando de frente a mulheres supostamente cristãs. Eu odeio que essas mulheres tivessem essa mentalidade e pior: se sentindo confortável para dizer o que estavam pensando em voz alta. Eu odeio que “rosa” é considerada cor de menina e que meu menino tenha que ser tão ‘bravo’ se ele quer ser Daphne no Halloween.

E tudo que eu peço para meus filhos, e os seus, e aquelas mães ABC, é que eles sejam felizes. Se um par de botas roxas brilhantes e um vestido Velvet é o que faz meu bebê feliz uma noite, então que seja. Se ele quer levar uma bolsa ou casar com um homem ou pintar as unhas com a melhor amiga dele, então ok. Meu dever como mãe não é reprimir o homem que ele vai ser, e sim ajudá-lo nesse caminho. Não é ditar o que é “normal” e o que não é, e sim ajudá-lo a se tornar uma boa pessoa.

E eu espero que esteja fazendo isso.

E meu homenzinho ficou ótimo nessa fantasia como mais ninguém. Ele arrasou com a peruca e eu não iria querer nada diferente. 

Aqui o Link do blog da mãe do Boo, o Nerdy Apple Bottom



-Essa situação mostra que o preconceito vem de casa. As crianças não se importaram que Boo foi fantasiado de mulher, mas os pais sim, com medo que os filhos virassem gays por isso. Nem todo crossdresser é gay, muitos são heteros, casados que não sentem atração sexual por outro homem, só sentem o prazer de estar feminino.

-Arrasou, mãe do Boo.



Sobre STOP HOMOFOBIA

promovendo a LUTA contra homofobia e à favor dos direitos GLBT

Publicado em 11 de março de 2011, em Duvidas e GayHelp. Adicione o link aos favoritos. 4 Comentários.

  1. Gente, qual o problema do menino querer se fantaqsiar assim, eu creio que a mãe desse garoto não faz tudo que ele pede, mas o apoia. E se ele for gay? oque nós temos com isso, a vida é dele! Agora imagine se fosse você sendo mostrado para o mundo inteiro atravez de um site por ter feito qualquer coisa que os outro julgassem errado, simplesmente para que mais pessoas tivessem a oportunidade de te julgar em varios idiomas? você se sentiria bem com isso?

    hey kid, be happy, the way you see fit! By @MRodrigoBento

  2. >Se todas as pessoas tivessem uma mãe dessa, o mundo estaria livre de preconceitos.Amei essa parte:Se um par de botas roxas brilhantes e um vestido Velvet é o que faz meu bebê feliz uma noite, então que seja. Se ele quer levar uma bolsa ou casar com um homem ou pintar as unhas com a melhor amiga dele, então ok. Meu dever como mãe não é reprimir o homem que ele vai ser, e sim ajudá-lo nesse caminho. Não é ditar o que é "normal" e o que não é, e sim ajudá-lo a se tornar uma boa pessoa.

  3. >Senhor anônimo, ele é apenas uma criança. Ele se fantasiando ou não de mulher não diz sobre a sua sexualidade!Halloween é pra isso, é pra se fantasiar e se divertir. ASe fantasias definisse a sexualiade, haveriam muitos gays no mundo, principalmente nos blocos de carnaval.A mãe do Boo está mais do que certa, erradas estão as mães A,B e C!!Parabéns pra mãe do Boo!! ela agiu certo.E se por ventura o menino decidir ser gay no futoro, cabe a nós respeitar a sua decisão e não critica-lo.

  4. >É isso aí mãe do Boo… Vai fazendo tudo que o seu filho de 5 anos pede para você ver onde ele vai parar.Existem mães que acreditam que fazendo todas as vontades de seus filhos estão fazendo bem a eles. Crianças precisam de limites. Eles não tem o discernimento do que é certo ou do que é errado. Eles querem experimentar tudo. Começa por um dedo na tomada e termina com uma agulha na veia. Se essa mãe acreditou que o filho dela não seria hostilizado por aparecer travestido em uma festa da escola, ela é muito ingênua. Cabia a ela preservar o filho de passar por essa situação.Independente dele ser gay ou não, eu acho que essa mãe expôs o filho de maneira responsável.

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